Brasil enfrenta onda de furtos de hidrômetros; só em SP, crime cresceu mais de 30% em 2025
20/12/2025
(Foto: Reprodução) Cidades brasileiras registram aumento de furtos de hidrômetros
Cidades brasileiras têm registrado aumento de furtos de hidrômetros. Só em São Paulo, esse crime cresceu mais de 30% esse ano.
Não foi uma, nem duas, nem três vezes. Foram quatro hidrômetros arrancados da frente desta loja, em São Paulo. Todos, num período de apenas 15 dias.
A cada furto, a empresa de abastecimento de água instala um hidrômetro novo. E têm sido muitos. Por toda a cidade, moradores têm acordado com o barulho da água jorrando na frente de casa.
Todos esses vídeos foram gravados pelas vítimas.
""Mexeram aqui em casa. Eles não conseguiram levar porque assustaram com o cachorro, mas tá aqui, ó, vazando. Os dois relógios pendurados, complicado, viu?!", diz uma vítima.
De janeiro a outubro, quase 20 mil (19.966) hidrômetros foram furtados na cidade de São Paulo, 4 mil a mais do que no ano passado (15.674). O custo da reposição também cresceu: de R$ 5 milhões (2024) para R$ 7 milhões de reais (2025).
Brasil enfrenta onda de furtos de hidrômetros; só em SP, crime cresceu mais de 30% em 2025
Reprodução/Jornal Nacional
Esse é o hidrômetro que é buscado pelos ladrões. Ele é de metal, essa base aqui é feita de latão e pesa mais ou menos 1 kg. E, normalmente, depois de furtado, ele é vendido num ferro-velho clandestino.
Para evitar todo esse prejuízo, a empresa de abastecimento de água em São Paulo está trocando este por esse outro que é todo de plástico, que, uma vez arrancado, não tem nenhum valor comercial.
Este ano, a empresa investiu R$ 22 milhões na substituição preventiva de 86 mil hidrômetros de latão pelos de plástico. No ano que vem, outros 450 mil serão trocados, a um custo de R$ 115 milhões.
"Com certeza [é um custo que vai para a conta do consumidor]. Na hora que a gente tem que fazer a troca, tanto preventiva quanto depois do roubo, isso entra na base tarifária dos futuros clientes", afirma Claudio Hermolin, diretor de operações da Sabesp.
O Rio de Janeiro já começou a fazer essa troca. 289 mil hidrômetros de plástico foram instalados desde 2023. E os furtos caíram pela metade. Ainda assim, eles causaram um prejuízo de R$ 2 milhões este ano, segundo a empresa de abastecimento.
Muitas cidades brasileiras enfrentam o mesmo problema:
Um homem roubou um hidrômetro durante o dia, em São José dos Campos.
Em Fortaleza, muitos flagrantes de água jorrando dos canos quebrados.
Moradores de Manaus usam correntes, cadeados e grades para tentar proteger os equipamentos.
Em Brasília, os registros aumentaram mais de 50% de um ano para cá.
Taguatinga, no Distrito Federal, também não escapa da onda de furtos.
"O problema maior é que a água fica vazando", lamenta Demétrio.