Investigação aponta que ex-diretor da PF negociou direitos minerários em área de barragem de alto risco de rompimento
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor de Polícia Administrativa da PF
Reprodução/TV Globo
A investigação da Polícia Federal aponta que Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor de Polícia Administrativa da corporação, manteve tratativas para negociar direitos minerários da Topázio Imperial Mineração Ltda, com grupo de organização criminosa. A área em questão abrange a barragem de Água Fria, em Ouro Preto (MG), classificada entre as sete do país com maior risco de rompimento.
Segundo as apurações, no mesmo período em que ocupava o alto posto na PF, Rodrigo teria exercido influência para substituir o delegado responsável pela Operação Poeira Vermelha — deflagrada em 2020 contra extração irregular de minério na Serra do Curral, em Belo Horizonte — em benefício da organização criminosa investigada, a João Lages.
As diligências também identificam que Rodrigo aparece como gestor de fato da empresa GMAIS Ambiental Ltda., atuando de forma oculta por meio de pessoas jurídicas.
Saiba quem são os alvos da operação que mira fraude no setor de mineração em MG
As investigações mostraram que a organização estruturou uma rede de mais de 40 empresas, com destaque para a holding Minerar S/A, para garantir licenças e explorar minério de ferro em áreas tombadas e de risco, mediante pagamento de propina, tráfico de influência, fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
O caso levou à deflagração, nesta quarta-feira (17), da Operação Rejeito, que cumpriu 22 mandados de prisão temporária e 79 de busca e apreensão em Minas Gerais. Segundo a PF, a organização movimentou valores expressivos e pagou mais de R$ 3 milhões em propina a servidores públicos.
A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em bens e a prisão preventiva de 17 investigados — entre eles o diretor da ANM, Caio Mário Seabra, e o próprio Rodrigo de Melo Teixeira, que até então exercia cargo na Prefeitura de Belo Horizonte.
Entenda como funcionava esquema de corrupção no setor de mineração