Justiça dá um ano para Incra concluir regularização do quilombo Mesquita, entre DF e Goiás

  • 15/07/2025
(Foto: Reprodução)
Justiça Federal reconhece território do Quilombo Mesquita, em Cidade Ocidental A Justiça Federal da 1ª Região de Goiás deu prazo de um ano para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) finalize a demarcação e titulação do Território Quilombola Mesquita, em Goiás. 🔎 Quilombo Mesquita: formado há cerca de 270 anos, resistiu e lutou por preservação de identidade ao longo do tempo, a 45 km do centro de Brasília, na Cidade Ocidental. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. A decisão do último dia 8 define ainda que, em caso de descumprimento do prazo, a multa diária para o Incra é de R$ 20 mil. Ao g1, o Incra afirmou que o processo está "dentro do planejamento da unidade e será levado adiante" (veja nota completa abaixo). Entre os habitantes do território, os particulares que não são membros da comunidade quilombola e que estão dentro da área delimitada devem sair. Se não houver acordo, o Incra precisa iniciar ações de desapropriação, ou seja, o governo pode comprar as terras, pagar uma indenização e titulá-las à comunidade quilombola. 👉🏿 Quilombola: é um termo usado para identificar aqueles "remanescentes de comunidades dos quilombos". Os quilombos eram espaços de liberdade e resistência criados para abrigar pessoas escravizadas. O povoado do Mesquita fica na região onde atualmente está a Cidade Ocidental, em Goiás, no Entorno do DF. Com pouco mais de 2 mil habitantes, o quilombo comporta descendentes de escravizados trazidos na época da mineração para a antiga cidade de Santa Luzia, hoje Luziânia, em meados do século 18. O Quilombo Mesquita está localizado a 45 km de Brasília e ajudou a erguer a capital Marcelo Camargo/Agência Brasil Prazos para o Incra Dentro dos 12 meses, a decisão determina que o Incra deve: publicar a portaria de reconhecimento do Território Quilombola Mesquita dentro de 30 dias fazer a avaliação jurídica de títulos apresentados por terceiros dentro do território e avaliar o preço dos imóveis dentro de cinco meses emitir os títulos ou realizar ações de desapropriação dentro dos 12 meses Decisão considera aspectos históricos Povo do quilombo Mesquita Wallison Braga A decisão levou em conta aspectos históricos para validar a identificação e demarcação do Território Quilombola Mesquita, veja abaixo: Ocupação tradicional histórica: área corresponde à ocupação tradicional dos troncos familiares Mesquita e Pereira Dutra desde pelo menos 1820 e 1850. Comprovação da ancestralidade negra: comprovação por meio de um estudo genealógico e registros históricos. Presença de cemitérios familiares: indicador geográfico da ocupação tradicional e contínua da comunidade. Perícia judicial antropológica e agronômica: decisão se baseou no laudo pericial judicial que fez uma análise antropológica e agronômica aprofundada. Reconhecimento da autoidentificação: decisão aponta que a autoidentificação foi fundamental para o reconhecimento do território quilombola. "É possível notar que a perícia observa no [Relatório Técnico de Identificação e Delimitação] RTID dois traços dessa singularidade: ancestralidade negra com passado de escravidão e preservação de hábitos rurais com modos e usos do território com características comunitárias", aponta a decisão. A história do Quilombo Mesquita 12 de maio - Dona Vicentina, de 96 anos, senta-se em sua cama em casa segurando a imagem de Nossa Senhora no Quilombo Mesquita, uma comunidade de descendentes de escravos, durante sua tradicional festa cultural-religiosa 'Folia do Divino Espírito Santo', na Cidade Ocidental (GO). O festejo é realizado há mais de 100 anos na véspera do aniversário da abolição da escravatura Eraldo Peres/AP Está registrado nos relatórios da Fundação Palmares que o quilombo Mesquita nasceu quando três mulheres escravizadas herdaram parte das terras do fazendeiro José Correia de Mesquita. Libertas do regime escravocrata, elas permaneceram no local, onde formaram suas famílias e mantiveram as tradições da cultura negra. "Comunidades quilombolas são comunidades constituídas a partir da busca pela liberdade. A história do Quilombo Mesquita é uma história de liberdade, exatamente por essas mulheres que protagonizam e marcam a história do Mesquita", diz a historiadora Cristiane Assis Portela, da Universidade de Brasília (UnB). Com o processo de esgotamento das minas de ouro no território goiano, os proprietários de terra da região começaram a migrar para outros locais. As terras abandonadas acabaram sendo adquiridas por pessoas que haviam sido escravizadas. O que diz o Incra "A Superintendência do Incra no Distrito Federal e Entorno tem atuado no território por meio de ações técnicas e institucionais. O processo de legitimação do território é um passo importante para a continuidade do processo. Conforme a Superintendência, processo administrativo referente ao território Mesquita, que envolve, entre outas etapas, a portaria de reconhecimento, está dentro do planejamento da unidade e será levado adiante." LEIA TAMBÉM: VEJA FOTOS: povo quilombola ocupou Brasília antes da chegada de JK e ajudou a erguer capital DOCUMENTÁRIO: veja trecho do documentário "Quilombo Mesquita", 1975, de Vladimir Carvalho Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/07/15/justica-da-um-ano-para-incra-concluir-regularizacao-do-quilombo-mesquita-entre-df-e-goias.ghtml


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