Roupa de 14 kg e rosto assustador: jovem conta como é ser Papai Noel com chifres celebrado e temido em pequena cidade de SC

  • 24/12/2025
(Foto: Reprodução)
Pelznickels mantêm tradição do Natal de pequena cidade do Vale do Itajaí, SC Em Guabiruba, cidade do Vale do Itajaí, com cerca de 24,5 mil habitantes, o Natal tem um personagem diferente do Papai Noel tradicional. Em vez de roupas vermelhas e presentes, quem anuncia a festa são figuras misteriosas que surgem da mata cobertas por folhas, trapos escuros, máscaras assustadoras, chifres e sinos. Eles são os Pelznickels, personagens centrais de uma tradição trazida por imigrantes germânicos a Santa Catarina e reconhecida como Patrimônio Histórico Cultural Imaterial do município. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Veja curiosidades sobre o Pelznickel Um dos responsáveis por manter o chamado “papai noel do mato” é Clamir Guilherme Böll, de 23 anos. Morador da cidade, ele trabalha em uma mecânica durante o ano, mas em dezembro assume outra identidade: a de Pelznickel. Ao g1, Clamir contou que a relação com a tradição começou cedo, aos 7 anos. Em 2015, quando tinha 13 anos, ele entrou oficialmente para a Sociedade do Pelznickel, convidado por um primo. Apesar da emoção, lembra que sentiu medo da imagem assustadora do personagem. “Desde muito novo ele sempre esteve presente na minha vida. Com uns sete anos, eu fiz minha primeira ‘roupinha’: usei uma máscara do Batman, a roupa preta, algumas folhas e até o cinto da minha mãe para sair assustando as crianças. O primeiro ano foi bem difícil, porque eu ainda tinha muito medo”, conta. Clamir Guilherme Böll conta que a roupa do Papai Noel com chifres chega a 14 quilos Arquivo pessoal/Clamir Guilherme Böll Para Clamir, o Pelznickel tem o poder de aproximar as pessoas, e a tradição já ultrapassou os limites da família. Ele explica que, apesar de sua família não ser muito próxima no dia a dia, nessa época todos se reuniam para ver o personagem. A casa ficava cheia. “Minha família não é muito próxima no dia a dia, mas nessa época a gente sempre se reunia. A casa ficava cheia para ver o Pelznickel. Minha namorada, meus pais, meus afilhados e sobrinhos são muito envolvidos. Depois que virei Pelznickel, os parentes da minha namorada também passaram a gostar muito”, completa. Roupa chega a pesar 14 kg A confecção das roupas também guarda história. Clamir lembra que, quando era criança, os Pelznickels usavam galhos de árvore, latas de tinta e outros materiais improvisados. Hoje, ele veste uma fantasia feita com barba-de-velho, planta típica da região. São necessários cerca de oito sacos, o que faz a roupa pesar até 14 quilos. Apesar do visual intimidador, Clamir garante que o objetivo é levar alegria. Ele conta que o pescoço fica rígido depois de horas com a fantasia e que precisa de muita hidratação e descanso. “Na sociedade conheci pessoas que hoje são meus melhores amigos e começamos a fazer as roupas juntos”, diz. O personagem também tem um jeito próprio de se comunicar. Diferente de outros membros, Clamir prefere ficar escondido na mata, observando. Ele explica que, quando percebe alguém com dificuldade, deficiência ou pessoas mais velhas, se aproxima para dar uma mensagem de carinho. “Quero levar o Natal para quem não está tendo um Natal tão bom. Não tem sensação melhor do que ver o brilho nos olhos das pessoas”, afirma. Imagens do Pelznickel em 1982 e 1993 Sociedade do Pelznickel/Divulgação Por que o nome Pelznickel? O Pelznickel surgiu como companheiro, ou o oposto de São Nicolau. Enquanto o santo recompensava crianças bem-comportadas, o Pelznickel visitava as que não se comportaram, para assustar e fazê-las refletir. O nome vem do alemão. “Pelz” significa “pelagem” ou “pelo”, e “Nickel” é um diminutivo de Nicolau. Outra variação seria “Pelzen” que significa "bater", que seria Nicolau que bate. Pelznickels de Guabiruba, SC Amplitude Comunicação/Divulgação Hoje, os Pelznickels percorrem ruas arrastando correntes e carregando sinos, mas apenas como símbolo. “Antigamente eram usados para assustar de verdade. Hoje, permanecem como símbolo do caráter disciplinador, sem qualquer intenção de castigo”, explica Jocimar Fischer, vice-presidente da Sociedade do Pelznickel. Não há hierarquia entre os Pelznickels, nem diferença entre o “Pelznickel” e o “papai noel do mato” — os termos são sinônimos. Os chifres, embora comuns atualmente, nem sempre estiveram presentes: há registros da década de 1950 em que eles não aparecem. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/12/24/roupa-14-kg-jovem-papai-noel-chifres-pequena-cidade-sc.ghtml


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