Fraudes de R$ 4 milhões em doações na conta de luz para hospitais de SC atingiu sete mil consumidores, diz polícia

  • 09/09/2025
(Foto: Reprodução)
Esquema de fraude em doações pode ter feito vítimas em mais estados Um esquema de fraudes envolvendo doações feitas na conta de energia elétrica desviou cerca de R$ 4 milhões de ao menos 7 mil consumidores, informou a Polícia Civil. O dinheiro era para três hospitais filantrópicos de Santa Catarina, mas parte do que era arrecadado ia parar nas mãos de criminosos, conforme a investigação. Três homens foram presos na operação Falso Samaritano, feita pela corporação na sexta-feira (5). Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, além de 11 medidas de bloqueio de imóveis, veículos e contas bancárias. Uma lancha e quatro carros de luxo foram apreendidos. ✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp Em dois anos e meio apenas R$ 800 mil foram doados, diz delegado Histórico Em 2017, um serviço terceirizado em 2017 facilitava a captação de doadores. Uma empresa foi contratada para fazer ligações para potenciais doadores. No ano seguinte, o primeiro indício de fraude. Um usuário solicitou o cancelamento da doação por perceber que na fatura constava o nome de outra empresa e não do hospital. Na época, o caso foi tratado como um erro de sistema pela prestadora. Em fevereiro deste ano, a empresa terceirizada foi vendida. Os novos donos e o hospital identificaram outras divergências nas doações. Foi aí que a unidade hospitalar levou o caso até a polícia. Carros apreendidos em operação contra fraude em doações para hospitais em SC Polícia Civil/Divulgação Leia também: Motorista abandona carro de luxo no canteiro central de rua em Balneário Camboriú Fisiculturista é encontrado morto esfaqueado na escada de prédio Engenheiro que morreu após veleiro virar fez vídeos no mar antes do acidente Como era o esquema A investigação identificou que entre janeiro de 2023 e julho deste ano, mais de R$ 4 milhões não chegaram nas contas dos três hospitais: o Bethesda, de Joinville, no Norte do estado; Misericórdia, em Blumenau; e o Azambuja, em Brusque, cidades do Vale do Itajaí. Os pelo menos 7 mil que foram lesados acreditaram que estavam ajudando as instituições. Outras pessoas nem sabiam dos valores que estavam pagando. De acordo com a polícia, empresas especializadas na captação de doações foram contratadas pelos hospitais. Os consumidores recebiam uma ligação e autorizavam o desconto na fatura em benefício das instituições. Parte do dinheiro, cerca de R$ 885 mil, foi realmente enviado às unidades de saúde. Mas a maioria foi enviada para uma quarta instituição, que não estava contemplada no benefício. Dos três homens presos, dois eram sócios proprietários da prestadora de serviço investigada. O terceiro, de acordo com a investigação, era responsável pela empresa de fachada que recebia os valores desviados. Um CNPJ que estaria ligado a uma instituição fictícia de escoteiros. "Verificamos ele não é filiado à União de Escoteiros do Brasil, não é devidamente regulamentado. Fizemos atividade de campo e percebemos que esse escoteiro tem uma estrutura muito precária. Ou seja, tudo indica que essa esse grupo foi constituído apenas então somente para arrecadar doações e, no segundo momento, promover o desvio desses valores", disse o delegado Rafaello Ross. Segundo a Polícia Civil, a Justiça já autorizou a quebra do sigilo bancário, financeiro e telemático dos envolvidos. O objetivo é saber a extensão total da fraude, que inclusive pode ter chegado em outros estados do Sul do país. Isso porque a empresa investigada atendia pelo menos 15 instituições filantrópicas e usava sete CNPJs diferentes para articular os desvios. Os suspeitos continuam presos. Eles preferiram ficar em silêncio durante os depoimentos. A polícia pretende ouvir mais gente nos próximos dias. Os suspeitos podem responder por falsidade ideológica, estelionato por meio eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Lancha apreendida em operação contra fraude em doações para hospitais de SC Polícia Civil/Divulgação O que dizem os hospitais Confira a nota do Hospital Bethesda: A Instituição Bethesda vem a público esclarecer que foi vítima – e também denunciante – de uma fraude envolvendo doações destinadas ao hospital. Assim como o Hospital Bethesda, outros hospitais de Santa Catarina foram vítimas de fraude. Empresas que atuavam como intermediárias entre entidades filantrópicas e a Celesc ofereciam a possibilidade de que cidadãos realizassem doações diretamente na fatura de energia elétrica. Porém, parte desses valores não chegava às instituições beneficiadas, sendo desviados pelas empresas. Informações divulgadas pela Polícia Civil revelam que a própria Celesc aparece como vítima, pois não tinha conhecimento do uso das contas de energia elétrica para captar as doações. Há cerca de seis meses, ao identificar indícios de irregularidades em repasses realizados em seu nome, o próprio Hospital Bethesda reuniu informações e provas, apresentando denúncia formal às autoridades competentes. Desde então, a unidade hospitalar tem colaborado integralmente com as investigações. “Reforçamos que o Hospital Bethesda foi vítima dessa prática criminosa, assim como outras entidades de saúde de Santa Catarina. Lamentamos profundamente que recursos voltados ao cuidado da população tenham sido alvo de fraudes. Faz-se importante ressaltar que as doações, desde então, são feitas de maneira segura e sendo fiscalizadas pela Instituição Bethesda”, revela Dr. Lúcio Slovinski, Diretor Executivo do Hospital Bethesda. O Hospital Bethesda segue firme com a missão de oferecer atendimento de qualidade, pautados pela ética, integridade e pela confiança da sociedade. Veja a nota do Hospital Azambuja O Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux – Hospital Azambuja informa que foi vítima em processo investigativo relacionado à arrecadação de doações realizadas por meio da fatura de energia elétrica da Celesc. Toda a gestão dessas doações era de responsabilidade exclusiva da empresa contratada, cabendo a ela arrecadar e repassar os valores aos hospitais. O hospital forneceu integralmente à Polícia Civil toda a documentação solicitada e segue colaborando de forma transparente com as autoridades. “O apoio da comunidade sempre foi fundamental para a nossa história. Cada contribuição direta recebida pelo hospital é cuidada com responsabilidade e transforma-se em melhorias concretas para quem precisa de atendimento”, afirma Gilberto Bastiani, gestor hospitalar. O Hospital Azambuja lamenta profundamente que seu nome tenha sido utilizado em práticas ilícitas e que recursos destinados à saúde tenham sido alvo desse tipo de ação. Reafirma, ainda, que todas as contribuições feitas diretamente à instituição são muito bem-vindas e fundamentais para manter o atendimento de qualidade e a missão filantrópica que há 123 anos orientam sua atuação em Brusque e região. O Hospital Misericórdia disse à NSC que colaborou com o trabalho policial e vai tomar as medidas cabíveis para que a própria unidade não seja prejudicada. O que diz a Celesc Confira a nota das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). A Celesc esclarece que atua apenas como meio de arrecadação em doações via fatura de energia, repassando integralmente os valores autorizados pelos consumidores às entidades conveniadas, como bombeiros voluntários, APAEs e outras instituições que prestam serviços essenciais à sociedade. A companhia não participa da gestão nem da destinação dos recursos arrecadados. No caso investigado pela Polícia Civil, foram identificadas empresas que, de má-fé, ligavam para consumidores solicitando doações, mas não repassavam integralmente os valores às instituições. A Celesc também se considera vítima, já que seu serviço foi utilizado de forma indevida, estando essas empresas atualmente sob investigação das autoridades competentes. Importante ressaltar que, antes mesmo da operação policial, a companhia já havia adotado medidas preventivas, como reforço na fiscalização dos convênios, implementação de novos controles e envio de aviso ao consumidor sempre que há inclusão de débitos de doação nas faturas — ações que ampliam a transparência e permitem identificar eventuais irregularidades. A Celesc vem colaborando com a Polícia Civil desde o início das investigações e reforça que o consumidor pode cancelar ou rever sua autorização de doação a qualquer momento pelos canais oficiais da companhia. A Celesc reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e a confiança da sociedade. VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2025/09/08/fraudes-4-milhoes-doacoes-conta-luz-hospitais-sc-sete-mil-consumidores-policia.ghtml


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